quarta-feira, 20 de maio de 2015

A importância do capacete: ponha isto na cabeça

Por Guilherme Caetano | Jornalismo Júnior


Por Jornalismo Júnior
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A importância do capacete: ponha isto na cabeça
Chris Boardman pedalando sem capacete durante gravação de programa para Chris Boardman pedalando sem capacete durante gravação de programa para BBC britânica.
Foto: Fonte: BBC
Praticar uma nova atividade exige sempre um preparo. Há esportes que podem demandar maior esforço muscular, equilíbrio, técnica, acessórios adequados. Há os que também necessitam de grande atenção com a segurança. O ciclismo é um destes. Praticar exercícios com bicicleta envolve riscos, principalmente em áreas urbanas, e muito se discute a relevância do uso de equipamentos.
O debate ganhou contornos polêmicos quando, em 2014, o ciclista britânico Chris Boardman, medalhista olímpico, recusou-se a utilizar o capacete durante um programa da BBC sobre segurança no ciclismo. O motivo? Pois “isso desencoraja as pessoas a andar de bicicleta” e porque pedalar oferece tantos riscos quanto caminhar na rua. Obviamente, a questão levantou opiniões controversas mundo afora. Mas, afinal, o uso de capacete é ou não dispensável?
O capacete faz parte de uma gama de equipamentos e recomendações bastante difundidos no ciclismo. Por exemplo, é aconselhado que se use roupas claras ou chamativas durante o passeio, para que motoristas possam discernir o ciclista do ambiente urbano, geralmente escuro. Outras orientações e advertências, entretanto, não tiveram tanta atração dos praticantes. O espelho retrovisor do lado esquerdo, o pisca traseiro e o farol dianteiro são menos vistos entre os ciclistas.
A argumentação de Boardman é justamente essa. O campeão olímpico acredita que a adição de mais um item obrigatório à atividade afastaria as pessoas. A não recomendação do uso do capacete é para quebrar a distância entre o potencial ciclista e o atleta regular. Boardman diz que quanto mais pessoas pedalando, mais seguras estarão, já que “muitas vidas serão salvas dentre as 37 mil pessoas que morrem anualmente por doenças causadas pela obesidade”. Isso não é nada consensual entre os ciclistas.
Everton Douglas da Silva, professor do Projeto Pedal Consciente (uma idealização da Associação Sancarlense de Ciclismo), discorda do britânico. Para Ton, como ele é conhecido, o ciclismo é um esporte de muitas lesões graves e o capacete é indispensável. Além do mais, a recomendação de muitos acessórios e equipamentos estaria longe de ser um empecilho para o não-ciclista. Ton diz que “o que pode desencorajar é a dificuldade de circular em um trânsito movimentado, inadequado ao uso de bicicleta”.
Para o sancarlense, o medo de ser atropelado é ainda a maior obstrução para iniciantes e praticantes, principalmente quando uma via não está apropriada para receber bicicletas. E essa opinião é bem fundamentada: segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, 35 ciclistas morreram atropelados no ano de 2013 na capital paulista. Felizmente, o número é cada vez menor. Houve uma queda de 62,4% desde 2005, quando 93 ciclistas faleceram em acidentes. Mas a segurança não é o único fator que inibe a iniciativa ao ciclismo. “A taxa de imposto na fabricação das bicicletas é algo em torno de 70% e isso desmotiva o praticante a ter um equipamento mais sofisticado, com mais conforto e eficiência”, argumenta o professor.

No Código de Trânsito Brasileiro, o capacete não é um equipamento obrigatório – e nem mesmo mencionado no artigo 105. A justificativa é que não há como fiscalizá-lo. Entretanto, o item aparece em praticamente todas as listas de equipamentos recomendados para o ciclismo, geralmente elaboradas por veículos e blogs dessa área. Apesar de toda a experiência no esporte, Ton é um dos que encontram dificuldades em seu uso. “Como atleta digo que é desconfortável”, confessa, ao lembrar que o campo de visão periférico é prejudicado e que às vezes treina sem capacete. “Mas como técnico de ciclismo digo que é regra. Os acidentes de bicicleta possuem alta incidência e os tombos existem. As bikes só têm duas rodas, então elas vão cair, uma hora ou outra”, alerta.
O capacete pode não ser o acessório mais confortável para a prática do ciclismo e encontrar bastante resistência, até mesmo de experientes praticantes. Seu uso, entretanto, tem de ser levado a sério. Não dá para mensurar quantas pessoas já tiveram a vida salva por usarem o equipamento, mas pode acontecer com qualquer um. Contudo, também não se pode dizer que é um item indispensável, embora seja tão mais importante quanto maiores forem os riscos da atividade, principalmente corridas em alta velocidade.
Se sua obrigatoriedade é ainda um mito, o mesmo não se deve dizer da relevância do ciclismo. Afinal, apesar de o capacete não fazer mal nenhum, o ato de pedalar, com ou sem ele, é ainda uma das atividades mais saudáveis de todas.
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Fonte Revista Bicicleta

Conheça uma das ubidas mais difíceis do mundo

Conheça a Scanuppia, a subida mais difícil do mundo


Altimetria da Salita Scanuppia
Altimetria da Salita Scanuppia
Do Bikemagazine
Fotos de divulgação
Uma subida na Itália é considerada a mais dura do mundo ou, se não é a difícil do mundo certamente é a mais íngreme daquele país. A “Salita Scanuppia” começa na localidade de Besenello, próxima a Trento, dentro de uma reserva natural que abrange uma área de 580 hectares.
Na Salita Scanuppia
Na Salita Scanuppia, subida próxima a Trento, na Itália

A estradinha com piso de concreto áspero começa na cota 200 metros sobre o nível do mar e termina no Monte Scanuppia, a 1.515 metros. São nada menos que 1.317 metros de desnível em apenas 7,5km de estrada com uma pendência média de 17,6%.
Mas o diferencial da subida são os trechos que atingem inacreditáveis 45%, isso mesmo 45% de inclinação máxima. Para se ter uma ideia da dificuldade, a lendária escalada ao Monte Zoncolan que já recebeu várias edições do Giro D’Italia tem 10,5km e 1.210 metros de desnível com média de 11,5% de inclinação.
Salita Scanuppia
Placas advertem sobre o que virá pela frente na Salita Scanuppia

Logo no início da subida da Scanuppia, pouco mais de um quilômetro do começo da estrada, uma placa de trânsito adverte de maneira bem clara o que vem pela frente. O trecho mais inclinado tem 2km de extensão e desafia o fôlego até dos mais treinados.
O local já recebeu algumas edições do “Scanuppia Day”, um evento cicloturístico que é permitido somente para mountain bikes. Os organizadores recomendam muito cuidado na hora de descer, já que os freios superaquecem. Não é aconselhado a escalada com bikes de estrada, pois nas bicicletas equipadas com freios tradicionais é muito comum o superaquecimento dos aros e os estouros de pneus.

Fonte Bike Magazine