quarta-feira, 30 de abril de 2014

Principais diferenças entre as MTBikes 26, 27,5 e 29 – Por Marcelo Rocha

Este artigo não tem a intenção de direcionar os ciclistas para uma ou outra bicicleta, e nem em ser definitivo na opinião sobre as diferenças; o objetivo é apenas fornecer informações técnicas sobre dados geométricos de alcance e sobre a dinâmica da bicicleta.

stack

Primeiro falando do posicionamento: entre as bicicletas aro 26, 27,5 e 29, apesar de todo falatório a respeito, a diferença de posicionamento se dá por conta do alcance real dos quadros, ou stack e reach.
Entre as 3, a aro 26 possui normalizando sempre o mesmo tamanho, dentro do mesmo modelo e fabricante, o menor stack e maior reach, depois vem a 27,5 que ganha um pouco mais de stack e diminui um pouco o reach e depois a 29 que ganha ainda mais stack e diminui um pouco mais o reach. Isso não tem nada a ver com a balela do tamanho do tubo da direção, e sim a que altura e distância o fabricante montou ele, em relação a caixa de centro. Mas e o ângulo de tubo de selim e blá, blá, blá….. quando fazemos essa comparação pelo stack e reach, estamos normalizando o tubo de selim e comparando a parte do quadro que realmente deve ser comparada, e mais, que não pode ser modificada.

Vamos a um exemplo prático e em condição normalizada (meros exemplos, os números expostos aqui não são regras – no entanto, fazem sentido com a realidade): um determinado ciclista anda com seu fit em uma 26″, e possui um guidão de 650 milimetros e 5 graus de curva para trás (poucos andam com um guidão tão largo em uma 26″, o intuito é somente normalizar a comparação).

O quadro possui um stack de 570 mm e mais 35 milímetros de espaçadores acima do quadro, contando a caixa de direção, e uma mesa de 80 mm -7 graus em um reach de 400 mm. Se ele fosse para uma 27.5″ atingindo o mesmo posicionamento e considerando claro, o mesmo ponto de contato com a bike (mesmo guidão), sendo o 27.5″ um quadro com 585 mm de stack, ele teria 20 mm de espaçadores contado com a caixa de direção, e tendo um reach de 390 mm, ele teria uma mesa de 90 mm e -7 graus. Se ele fosse para uma 29″, com stack de 600 mm, ele teria apenas 5 milímetros de espaçadores acima do quadro (provavelmente só a caixa de direção, talvez uma FSA.. rsrsrs) e tendo esse quadro um reach de 385 mm, uma mesa de 95 mm e os mesmos -7 graus. Simples assim.

Todos complicam demais a conta de quadros e comparação, com tubo de selim, comprimento horizontal de quadro e etc…. Mas e que quadro eu devo usar? Boa pergunta e eu faço outra em cima, em que posição você deseja andar? Depois de testar isso em um simulador de posicionamento e com a escolha do formato de guidão, selim e definição da mesa, veremos se você vai andar em uma 26″ entupida de espaçadores e uma mesa positiva (ou talvez não) ou se você vai para uma 27.5″ com menos espaçadores ou mesmo uma mesa mais neutra, ou se vai para uma 29 com pouquissimos espaçadores e uma mesa mais negativa (ou se vai ficar muito alto em uma 29, isso acontece muito pouco mesmo).

Poxa, mas você está falando que uma é melhor, ou outra? Não, estou apenas mostrando que há muito mais do que peso ou marca para se escolher uma bicicleta, o fato de você estar bem posicionado biomecanicamente e ainda na posição que almeja, ou se vai simplesmante andar “adaptado” à bicicleta.

Um trabalho bacana publicado pela marca KTM, mostrou as diferenças dinâmicas dessas 3 bicicletas - Confira abaixo.

Por que as 26″, 27,5″ ou 29″?

ÂNGULO DE ATAQUE AOS OBSTÁCULOS

KTMI

Quanto menor o ângulo de ataque, melhor!

26″ = x (controle)
27,5″ = -4%
29″= -6%

A roda 29″ ultrapassa os obstáculos com maior facilidade e segurança. A diferença entre a performance da roda 27,5″ e da 29″ é de apenas 2%!

RESUMO

O maior diâmetro da roda traduz-se em duas vantagens significativas: conforto e confiança. Um ângulo de ataque baixo significa que a roda ultrapassa – literalmente – por cima dos obstáculos com menores perdas de energia e maior linearidade global, favorecendo o conforto e a confiança do atleta.

Testes comparativos confirmam que a performance em trilhas ou subidas acidentadas é gradualmente superior quando maior for o tamanho de roda. O menor ângulo de ataque e tração superior da roda 27,5″ e 29″ face às 26″, aumenta a capacidade de ultrapassar obstáculos em todas as condições.

DINÂMICA DE ACELERAÇÃO VS INÉRCIA

KTMII

Quanto maior a roda, maior é a energia!

26″ = x (controle)
27,5″= +1,5%
29″ = +3,6%

A roda 29″ consome mais 3,6% de energia no arranque, mas acumula maior energia cinética em movimento. A roda 27,5″ consome menos 2,1% de energia do que a 29″.

RESUMO:

A vantagem mais importante das bicicletas 27,5″ face às 29″ é a aceleração mais rápida. É justo aquela espécie de intervalo para perceber a resposta na bicicleta, que o atleta sente quando pedala com vigor no momento do arranque ou recuperação de velocidade.

Este comportamento é afetado não só pelo peso global da bicicleta, mas também pelo peso dinâmico das rodas (inércia). Quanto mais longe estiver o peso do centro da roda, maior é o consumo de energia na aceleração. Contudo, uma bicicleta roda 29″ consegue uma vantagem a que mais nenhuma se equipara: mantém velocidades mais elevadas com menor consumo de energia devido à maior acumulação de energia cinética.

PESO GLOBAL

KTMIII

Quanto menor o peso, melhor!

26″ = x (controle)
27,5″ = +5%
29″ = +12%

A roda 27,5″ é 5% mais pesada do que a 26″ e 7% mais leve do que a 29″.
A roda 29″ é 12% mais pesada do que a 26″.

RESUMO:

Existem dois tipo de peso que afetam a performance da bicicleta: o peso global da bicicleta e o peso dinâmico.

Peso Global da Bicicleta:

Numa comparação direta entre bicicletas 26″, 27,5″ e 29″ idênticas, existem diferenças significativas. Como seria de esperar, uma 26″ é um pouco mais leve do que uma 27,5″ e substancialmente mais leve do que uma 29″… e cada grama a menos ajuda o atleta a ser mais rápido (não sei se a conta é tão direta assim, mas….)

Peso Dinâmico das Rodas:

Em comparação com os 12% de diferença entre uma 26″ e uma 29″, o peso de um par de rodas 27,5″ completo (roda + pneu + câmara/selante) é apenas 5% maior do que uma roda 26″.. e quanto maior for a roda, pior é a performance em subida ou aceleração. O peso dinâmico da roda 29″ é sempre maior, mas possui uma relação mais equilibrada com altas velocidades, ou seja, quanto maior é a velocidade, maior é o peso dinâmico e maior a facilidade em manter velocidades elevadas. (essa é uma questão difícil, pois as rodas maiores tem mais peso, mas tem mais tração como será visto abaixo… então é uma comparação mais difícil de ser feita)

ÁREA DE CONTATO DO PNEU / CONFORTO:

KTMIV

Quanto maior a área de contato do pneu com o solo, melhor!

26″ = 6 cm
27,5″ = 8cm
29″ = 9cm

A roda 29″ tem a maior área de contato com o terreno! A diferença da 27,5″ para a 29″ é de apenas 1cm.

RESUMO:

Quanto maior o diâmetro da roda, maior é a área de contato do pneu. A maior área de contato resulta em maior tração, capacidade de desaceleração e segurança em curva. A roda 27,5″ tem uma área de contacto semelhante à roda 29″, com uma diferença técnica de apenas 1cm!

Em suma, continuamos com nossas dúvidas (rsrsrssrs). Tenha outros critérios para a escolha da bicicleta, que não seja fulano falou isso, e ciclano falou aquilo, ou fulano sentiu…. filtre!!! Se você quer uma posição na bike, encontre ela primeiro e depois coloque a bicicleta em cima, pois você é o piloto. Se for para andar em uma bicicleta entupida de espaçadores e com uma mesa “alienígena”, escolha mais stack e menos reach (provavelmente um quadro com rodas maiores); se ficou espremido em uma 29 com uma mesa extremamente negativa, sem espaçadores, com o selim na posição de recuo e altura corretos, e está se sentindo em uma CALOI 100 (nada contra a bike, é só um exemplo); vá para uma bike com menos stack, talvez uma com o aro menor. E não pense que isso acontece com X ou Y altura de ciclista, ou talvez vá para uma 29 de outro fabricante, ou uma 27.5, não sei…. Nós temos números exatos para compararmos os quadros, não precisamos de advinhações, e nem mesmo da informação que meu melhor amigo se adaptou à posição de uma 29, ou de uma 27.5. Você é único e deve ser tratado como tal; o importante é saber o que se adapta à você, e se essa condição atende suas expectativas. Cada ciclista tem sua altura de selim, seu recuo de selim, tolerância à mudanças, nível de flexibilidade, lesões e objetivos diferentes; bem como diferentes condições financeiras.

Boas pedaladas!!!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Vídeo: 5 razões porque algumas pessoas odeiam as MTB 29 (e porque elas estão erradas)

O Bike Radar fez um vídeo bem interessante com os principais motivos (de acordo com eles) porque algumas pessoas insistem em odiar as MTB aro 29 e porque elas estão erradas.



Tradução

1 – Elas são feias

Algumas pessoas insistem que rodas menores são mais bonitas que as rodas maiores. No nascimento das 29 isso era verdade. A geometria das bikes ficava estranha para que as rodonas coubessem. Mas atualmente com os estudos de design e alteração das geometrias, as 29 estão ficando cada vem mais harmônicas e bonitas.

2 – Desenvolvimento ruim

O departamento de marketing em qualquer indústria em o seu dever a cumprir. Eles precisam se munir de fatos e números gerados pela área do desenvolvimento. Em um mundo onde os números não significam tanto quando sensações e experiências, existe uma tendência a questionar o desenvolvimento das bikes e ignorar os fatos numéricos e estatísticas.

Mas antes da galera do Marketing sair tentando te convencer de que a bike é realmente melhor. Os atletas e desenvolvedores das marcas estão trabalhando a muito tempo tentando construir uma bike melhor.

3 – Conspiração de Marketing

Muita gente acha que as 29 apareceram só para que fosse uma novidade e as marcas vendessem mais bikes. Nós (bike radar) não conhecemos tantos ciclistas que saem correndo para comprar uma nova bike SÓ porque ela tem uma roda maior. Nós (bike radar) não conhecemos nenhuma marca de bicicleta que deliberadamente colocaria no mercado um produto pior para ter ganhos de curto prazo e perder mercado no longo prazo para os concorrentes.

4 – Elas não são divertidas

Muitas pessoas migraram para as 29 e não voltam para as aro 26. Essas pessoas não são estúpidas. A maioria dos ciclistas simplesmente quer se sentir bem andando em sua bike. Então isso indica que as 29 oferecem mais diversão que as rodas menores para muitas pessoas, se não as pessoas voltariam para as rodas menores.

5 – Dirigibilidade ruim

Apesar de serem apenas 3 polegadas de diferença, a engenharia utilizada para construir uma 26 e uma 29 e seus componentes são bastante diferentes. Por um tempo, pareceu que a indústria apenas estava adaptando os produtos das 26 para as 29, prejudicando a performance. Mas atualmente não é mais assim.

Se você é um “hater” das aro 29… Dê mais uma chance para a bike.

Eu (Henrique) acho que vários argumentos utilizados para demonizar as 29, vem de pessoas que nunca nem testar as bikes em condições reais de trilha.

Eu andava de 26 e quando mudei para a 29 foi amor a primeira trilha. A tração é melhor, estabilidade, segurança, dirigibilidade… enfim…

Acho que vale a pena também salientar que se a performance das aro 29 fosse pior (principalmente nas subidas, como muita gente alega) os ciclistas profissionais não colocariam em risco seus títulos e carreiras para andar em bikes piores. Por mais que eles recebam para isso, sem vitórias e performance eles não tem patrocínio. E as aro 26 sumiram das competições de XC.


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Vídeo: TOP 10 aplicativos de ciclismo para celular

O pessoal da GCN fez esse vídeo com uma lista dos top 10 aplicativos para celular relacionados ao ciclismo. Vejam a lista.


1 – Garmin Connect

Aplicativo de registro de treinos da Garmin que inclui função que permite acompanhar treinos de amigos ao vivo.

2 – Instant Heart Rate

Aplicativo que verifica os batimentos cardíacos com a luz do flash e avaliando as mudanças da cor da pele pela câmera do celular.

3 – Ride ID

Aplicativo que registra informações de emergência em caso aconteça algo de ruim. O app dispara um alerta para uma lista de contato e deixam as informações de emergência na tela de bloqueio do celular para ajudar os paramédicos.

4 – Bike Cal

Um aplicativo que utiliza as suas informações de para calcular uma média de calorias que você deve gastar pedalando.

5 – Bubble Level

Bom para ajudar a nivelar partes da bike

6 – Bike Doctor 2

Manual com os principais procedimentos mecânicos para arrumar a sua bike

7 – Size my bike

Faz uma estimativa das medidas da sua bike através das suas medidas. Mas vale lembrar que a melhor opção é sempre visitar um especialista.

8 – Cycle meter

Aplicativo da apple para registro de treinos. Ele tem função de registrar dados como potência também

9 – Map My ride

Também de registro de treino e você pode usar o celular como um ciclocomputador se tiver o suporte

10 – Strava

Na minha opinião o melhor aplicativo já feito

terça-feira, 22 de abril de 2014

1º Expedição da Serra de Martins de MTB

A Serra de Martins presenciou um dos melhores eventos esportivos do ano, a 1º Expedição da Serra de Martins de MTB, começou com um sonho de um dos membros dos Trilheiros da Serra Martins, o amigo Gilvan Neto, tornando realidade depois do grande esforço dele e de outros integrantes do grupo. O pedal teve inicio na Praça Almino Afonso no centro de Martins, descendo a ladeira da "13", onde pegamos trilha até a Caverna mais conhecida como "Casa de Pedra", posteriormente saindo em direção a RN 117 onde teve o auge do percurso, subir a Serra de Martins! Foi uma verdadeira emoção para os participantes que conseguiram com esforço terminar o trajeto. Deixamos nossos agradecimentos aos amigos de Natal, Mossoró, Fortaleza, Caraúbas e aos amigos de Martins por acreditar nessa ideia e participar. Agradecer aos colaboradores Gean, Ramonn e Fabiano por terem feito a marcação do percurso, a empresa Don Corleone e a Prefeitura Municipal de Martins por acreditar neste evento.

Imagens

















Obrigado a todos os participantes, a Prefeitura Municipal de Martins, Empresa Don Corleone e aos Trilheiros da Serra Martins.