quarta-feira, 9 de maio de 2012

ENTENDENDO OS PADRÕES DE MOVIMETO CENTRAL

O movimento central é simplesmente o eixo no qual os braços do pedivela são presos. Um eixo de aço apoiado sobre rolamentos. Apesar de não parecer um componente muito crítico, é uma peça que precisa suportar muito desgaste, pois além dela ser responsável pelo giro do pedal, ela também recebe os impactos do terreno, tendo ainda muito do peso do ciclista apoiado sobre ela. Isto se torna crítico nas modalidades mais radicas como o downhill, o freeride e o biketrial, onde o impacto é sempre muito grande e os pilotos ficam boa parte do tempo em pé, com bastante peso sobre o eixo.

Com a evolução dessas modalidades mais extremas, este componente começou a se transformar em um problema. Bikes extremamente fortes, pistas cada vez mais exigentes e pilotos mais ousados surgiram, e cada vez mais eixos iam quebrando. Além do problema de ter que repor a peças e acabar perdendo uma competição, esses eixos quando quebram muitas vezes acabaram por ferir os ciclistas.

A partir da necessidade de um eixo mais forte, outros padrões foram surgindo:









EIXO QUADRADO

É o design mais popular que durou por anos! É um eixo de aço, quadrado, que encaixa diretamente no pedivela, sendo este preso por um parafuso que entra de frente para o eixo. Cada lado é preso com o parafuso e de forma independente do outro. Esse tipo de encaixe é usado por todas as marcas no mountain bike, porém existem tamanhos de eixo diferentes, o que acabou por gerar alguma confusão. Apesar de qualquer pedivela encaixar com qualquer eixo, usar uma medida errada do eixo pode gerar problemas no chainline (direção em que a corrente precisa ficar alinhada entre os peões e as coroas). Algumas medidas servem para mountain bike, outras para speed, e ainda assim podiam depender do quadro e do pedivela.

Essa incompatibilidade de tamanhos é facilmente resolvida trocando a peça, mas o ponto fraco desse sistema é que ele é fraco para os rigores do mountain bike atual. Não foram raros os casos de quebra do eixo, transformando-o em um pedaço de metal cortante e ferindo seriamente alguns ciclistas. Além disso, com o tempo, se não fosse mantido um bom aperto entre o pedivela e o eixo, o pedivela acabava tendo um desgaste que poderia torná-lo inutilizável, o encaixe quadrado ia ficando redondo e girava em falso.

OCTALINK
Este é um sistema que foi criado exclusivamente pela Shimano para resolver os problemas causados pelo design quadrado. Este eixo tem tamanho padrão e é circular com "ranhuras" onde o braço do pedivela se encaixa. Pelo próprio design circular, é mais forte, e de qualquer forma o diâmetro do eixo também é maior. O sistema é protegido por patentes da Shimano e para fugir disso, foi criado o sistema ISIS. Porém, alguns outros fabricantes produzem pedivela e centrais no modelo octalink. O sistema apesar de mais inteligente, tem um defeito: o eixo tem um diâmetro maior para maior resistência, consequentemente os rolamentos precisam ser menores, e por isso possuem uma menor durabilidade. Porém, seu design ameniza o problema de resistência e acaba com o problema de compatibilidade de tamanhos. Com ele não é mais preciso se preocupar em comprar um eixo do tamanho certo, pois todos são iguais.

ISIS
International Splined Interface System - É um sistema de patente aberta, semelhante ao octalink, com um eixo circular e também padrão. Foi criado como uma resposta ao octalink da Shimano. Eles criaram esse sistema para fugir da patente da Shimano, permitindo que todos os fabricantes pudessem ter diferentes marcas disponíveis. Porém, o ISIS não é compatível com o octalink. Ou seja, apenas braços ISIS encaixam em eixos ISIS. O sistema tem o mesmo diâmetro do octalink e foi amplamente aceito, mas tem também o mesmo defeito do anterior, os rolamentos menores duram pouco.

ROLAMENTOS EXTERNOS
Para resolver o problema dos dois designs anteriores, foi "desenterrado" o sistema de rolamentos externos. Esse sistema é semelhante ao sistema de caixa de direção aheadset. Ou seja, os rolamentos ficam presos por fora do quadro. Já tinha sido usado há muito tempo atrás por marcas sem muita expressão e por motivos diferentes. Esse sistema parece a solução para resolver os problemas de resistência e durabilidade. No pequeno espaço que o quadro possui para o movimento central, o design dessas peças precisava ter eixos mais finos e rolamentos mais robustos ou eixos mais robustos e rolamentos menores, causando os problemas citados anteriormente. Agora é possível colocar os rolamentos por fora e ter um eixo ainda maior.

Além disso, esse sistema permite o intercambio de componentes. Na verdade, o movimento central é apenas uma peça oca de plástico, o eixo mesmo fica apoiado nos rolamentos. O eixo de metal é integrado no braço direito do pedivela e este eixo possui os encaixes onde o outro braço entra. Diferente dos outros modelos, o braço do pedivela é preso com parafusos laterais e não um parafuso de frente para o eixo (este não é quem prende o braço). Esse sistema resolve os problemas dos modelos anteriores é mais leve. Provavelmente um modelo adotado daqui pra frente, devido as suas excelentes características. A outra solução restante seria aumentar o diâmetro padrão do eixo central dos quadros, mas isso é muito mais difícil e improvável que aconteça! Mais uma vantagem desse sistema é que é possível usar rolamentos de tamanho padrão, ficando mais barato para os fabricantes.

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